quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ficar grávida é...

Ir para uma toca, uma toca bem funda dentro da gente e tentar acordar um leão, uma leoa que esteja pronta para ir à luta, caçar comida para seus filhotes; ou ir se transformando num pássaro meticuloso que vai de graveto em graveto, pulinho a pulinho, averiguando os melhores materias para se construir um ninho.
Ficar grávida é literalmente virar bicho. Foi e é o que ando sentindo de momento a momento... em cada sensação desta gestação.
Tudo o que é muito romântico ou idealizado me foge para descrever os sentimentos da minha gravidez.
Fiquei ávida, sensível ao todo, a todo mundo e a tudo e sem medo de ser... (Chata!?)
Com todos os instintos... todos eles aguçados, avante. Algo, enfim, me toma e me faz coadvante. Sou simplesmente parte de um processo da natureza, desse corpo, de um outro corpo que precisa se instalar a este e causa um redemoinho de sensações que me voltam para o estado em si. Nem tenho como mergulhar em neuroses.
Por isto engravidar é encorujar... Encasular serviria também.
Não digo que não tenho ternura, graça e palavras mimosas para falar de crianças, de bebês ou da beleza de uma gravidez, mas nesse momento, mais que qualquer outro sentimento ou percepção, o que me invade são os sentidos menos sutis, os instintos e sentimentos mais vicerais...
É algo verdadeiramente estranho. Com aquela conotação de estranho que é o completamente desconhecido mesmo...
Não estranhe se for assim com você também.

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